sábado, 7 de junho de 2025

Tristeza - visão Larissa Raquel

 



    Desde pequenos fomos ensinados a ficar distante dessas palavras, sequer nomeá-las. 

    Elas são Aquele-que-não-deve-ser-nomeado entre os sentimentos.    

    Tá triste? Não fica assim. Poxa, pra que ficar triste?

    Angústia? Angústia do que? É só deixar quieto que passa.

    Desânimo? Não fala isso, vai procurar alguma coisa pra fazer.

    Acontece que se essas palavras existem, elas têm um significado, certo?

    E quando foi a última vez que nos permitimos ficar tristes sem tentar (incansavelmente) fazer esse sentimento sumir, sem nem mesmo olhar um pouquinho melhor pra ele? 

    Ou ficamos desanimados e angustiados e imediatamente procuramos algo para preencher esse vazio, fugindo dele.

    A verdade é que estar triste dói. Angústia, desânimo, frustração. Tudo isso dói, é incômodo e machuca.

    Mas também é verdade que olhando ou não, a dor continua ali. Olhando ou não, o vazio aumenta. 

    É como uma ferida aberta. É horrível olhar para aquilo e ver o nosso próprio sangue escorrendo, prestar atenção nos pontos machucados, lavar o ferimento e só então passar um curativo (que muitas vezes também é ardido).

    Mas é assim que fazemos para nos curar. Nós olhamos, entendemos e então, cuidamos. Acolhemos.

    E por que com a nossa mente isso seria diferente?

Autrora: Larissa Raquel de Mello Man