Um novo caminho, segue em frente oh espírito de Luz.
Um adeus com a certeza de que você está linda, e rejuvenecida pela obra do divino criador
Segue o caminho da seara de Deus, onde o amor e a Paz Profunda é o lema de todos os seus seguidores.
Beijo Mãe..!! Estou certo de que na vida eterna, sua fonte de polimento será o AMOR do seu Deus.
"O homem torna-se velho muito rápido e sábio demasiado tarde".
Paz
O que sei sobre a Paz é que ela não é como
flor que se semeia e cresce sozinha.
O que sei sobre a Paz é que ela parece
uma construção, que precisa ser feita
todos os dias e por muita gente.
O que aprendi sobre a Paz é que é preciso sonhá-la e semeá-la como
jardineiro, mas construí-la
como pedreiro. E às vezes é preciso começar
como servente de pedreiro.
O que sei sobre a Paz é que ela não é
um ato isolado, deste que a gente
faz de vez em quando, como se
fosse festa ou imposição das circunstâncias.
O que sei sobre a Paz é que ela não é
uma experiência passageira, dessas que
são muito interessantes e bonitas na hora, mas que depois não influenciam em nada a nossa vida.
O que sei sobre a Paz é que ela precisa ser constante, cotidiana, permanente, teimosamente repetida até que
se torne um hábito. A gente deveria sentir-se mal quando não a promove.
O que sei sobre a Paz é que ela é como
um grande amor, ao qual a gente se apega
tanto que não consegue ficar longe, nem passar um dia sem algum gesto
especial de carinho.
O que sei sobre a Paz é que, como um
bom hábito de muitos anos, quem a
vive não consegue se imaginar sem
aquele gesto ou aquela atitude. A vida fica
mais pobre sem ela.
O que sei sobre a Paz é que ela não é
tarefa de fazer as coisas pelos outros e
sim atitude de ser alguém na vida dos outros.
Não é denúncia, nem agressão, nem luta,
nem combate, nem discursos, nem
festinhas beneficientes, nem shows para levantar fundos, nem
encontros para debater e assinar tratados. Ela aceita isso,
mas não é isso.
O que sei sobre a Paz é que ela não é sossego, tranquilidade, acomodação, dias de brisa e sombra, suaves vôos de gaivotas, doce marulhar de ondas, murmurar de riachos e cantar de cotovias e sabiás. Pode até ser também isso, mas não é isso.
O que sei sobre a Paz é que ela
inquieta, compromete, joga na corrente da
História e nos faz mergulhar na vida dos outros para servir, amar, denunciar, se preciso, mas sempre para tornar
bom o que era mau e perfeito o que era bom.
O que sei sobre a Paz é que a maior prova de que a temos é essa inquietação que carregamos; depois que se está em paz
nunca mais se descansa diante da dor, da
injustiça, da fome e da miséria. Só tem paz quem vive preocupado com a situação do mundo e faz algo para que
ela mude.
Sei mais ainda sobre a Paz. Sei que não é possível alguém ter paz e ao mesmo tempo querer o mal de quem quer que seja. Sei que é impossível se pregar a paz universal sem querer que o indivíduo seja feliz, mesmo o meu maior agressor. Sei que não faz a paz quem não é de paz e não dá paz quem não a tem.
Sei que só se chega à grande paz
através da pequena paz do cotidiano,
que se traduz em gestos concretos como:
abrir uma porta para um desconhecido,
ajuntar um caderno que caiu e devolvê-lo com um sorriso, avisar o
menino que não cruze a rua antes que passe aquele
ônibus, brincar com uma criança
solitária, atravessar com o cego para outro lado da rua, mandar um dinheirinho para aquela campanha de rádio em
favor de uma senhora leucêmica, arranjar na vizinhança uma cadeira de rodas
para o menino que perdeu a perna...
coisas desse tipo.
Sei que não adianta promover a paz do
mundo se não se promove a paz na própria casa; que não adianta promover a
paz no país se não se promove no quarteirão;
que não faz sentido querer justiça social e menos pobres se se gasta inutilmente num supermercado; que não
adianta gritar por libertação em Goiás
ou no Maranhão se aqui eu não digo bom dia ao vizinho que falou mal de mim.
Sei que não há paz onde não há perdão; não há paz onde não há justiça; não há paz onde não há misercórdia; não há paz onde não há sinceridade e coerência; não
há paz onde o discurso para o outro é um, e a prática pessoal
é totalmente oposta ao discurso; não
há paz onde não se vive a verdade que se
prega aos outros.
O que sei sobre a Paz é muito pouco comparado ao que um homem precisa saber de paz; mas é o suficiente para saber que eu mesmo, às vezes, não vivo a paz que afirmo ter.
Se durante o dia não faço pelo menos uns 20 gestos de paz,
não tenho paz.
A paz é uma chance.
Ou a gente a aproveita, ou não a tem...
José Fernandes de Oliveira (Pe. Zezinho)