Existia em uma localidade um velejador que herdou um veleiro de madeira, que precisava de alguns reparos para que pudesse velejar.
Este velejador cuidadoso projetou e elaborou uma reforma e algumas modificações no barco de forma que este pudesse estar apto a flutuar e singrar os recantos navegáveis de sua localidade.
A pretensão era pequena, nunca de travessias complicadas, pois sabia das limitações do barco.
Concluída a reforma, o barco foi colocado na água, e resplandeceu uma nova liberdade, a de voar como os pássaros, pois é isso que o velejador sente quando veleja.
Com o tempo, notou o velejador que no barco entrava alguma água, e que ele gerenciava com retiradas freqüentes. Contudo, o volume aumentava e isso o preocupou.
Solicitou aos velhos construtores de barcos do local reparo, o que foi feito, mesmo assim, o problema continuava a acontecer.
Um dia, ele foi chamado com urgência, pois seu veleiro tinha ido a pique, isto é afundado junto ao píer.
Louco por recuperar sua embarcação, correu ao cais e novamente solicitou aos velhos marujos que o ajudassem a resgatar o barco do fundo do mar.
Um dia inteiro se passou sem que os marujos da região o ajudassem.
Sentou-se resignado e ali ficou como o olhar perdido no vazio.
De repente, uma legião de marujos, comandados por um velho construtor de barcos interagiram para tirar o veleiro do fundo das águas.
O processo durou algumas horas e o barco finalmente foi colocado em terra.
Logo que pode, perguntou o Velejador ao velho marujo qual motivo a demora na ajuda e o que ele iria fazer dali pra frente.
A resposta foi um ensinamento de vida:
Disse o velho marujo.
Meu filho, seu barco passou a ser a sua vida, e com tal, você fez o que precisava fazer, REFORMULAÇÕES REFORMAS PARA QUE PUDESSE VIVER ESTA NOVA VIDA.
Encontrou nesta nova VIDA problemas, que contornou. ESTAS DIFICULDADES ERA ÁGUA QUE ENTRAVA NO SEU BARCO.
Com não conseguiu resolver com a SUA COMPETÊNCIA eu o AJUDEI, contudo, muita da água que entrava no seu BARCO, era produto do INTERIOR E COMO TAL FOI TRATADO.
Importou-se que o SEU BARCO entrava água, mas continuava a VELEJAR nele como VIVIA A SUA VIDA, contornando problemas, mas não os resolvendo.
Desta forma, seu barco foi a pique.
Então, recorreu a uma ajuda, QUE TEVE QUE APRENDER A ESPERAR, pois os que o ajudariam, fariam no momento certo.
Agora veja.
Tentamos consertar os vazamentos que apareciam no INTERIOR DO SEU BARCO, no INTERIOR DA SUA VIDA, isto é, O QUE O EXTERIOR CAUSAVA EM SEU VELEIRO, SUA VIDA.
Agora, seu BARCO, está cheio de água, e podemos ver por onde ela sai, ASSIM, PODEMOS VER O QUE A SUA VIDA coloca PARA O EXTERIOR.
Agora podemos ver quanta água sai e por onde sai.
Vamos consertar estes novos vazamentos, para que o seu veleiro possa interagir com maestria no meio em que ele se propõe a velejar.
Assim, verifique sempre que pelas frestas que o EXTERIOR o impacta, você impacta O EXTERIOR.
Podemos ver novos problemas que não víamos quando estávamos olhando de dentro do seu veleiro.
Sempre veja o seu barco pelos dois lados : o de fora e o de dentro.
Sempre avalie sua vida pelos dois lados: o que vem de fora até você e o que vem de dentro de você.
Veleje, pois velejar é o encontro do Eu como o Infinito de Deus.
Cuide do seu BARCO - cuide da sua VIDA.
Cuide da paciência e aprenda sempre.
Nunca se sabe tudo. Eu estou aprendendo com você.
Henrique - Novembro de 2009
Foto: Isabel Solano